A saudade...
Ai a saudade!
A saudade
é o denominador comum
das nossas vidas.
Divide, repetidamente,
nossas memórias boas
e más...
Esbate-as e transforma-as,
tornado-lhes os contornos difusos
até não se distinguir já o certo
do não certo.
Tende a fazer-nos esquecer
o mau
e a amplificar o bom.
E eu não sei porque razão!,
Se é o mau, ou menos bom,
que em nossas vidas predomina,
sobretudo.
Essa saudade,
que reduz recordações
a pontadas no peito
asfixiantes,
a esvoaçar
por sobre a neblina
da memória que ficou
do nosso
passado,
Traz-nos
o tal misto de tristeza
e alegria
a que damos o nome de
nostalgia.
Tristeza
por os momentos
haverem já passado
e não termos dado conta.
Alegria
porque os vivemos
e temos memória disso.
...Saudade! saudade!
Que nos deixas em delay,
a viver
instantes adiados.
Só gozamos o presente
nas recordações futuras.
Esse presente,
que é sempre
tão melhor
quando é
passado...
Quando é visto
à distância
de uma vida e meia.
Porquê,
pergunto-me?
O que se sabe é que,
quando a saudade se instala,
ficamos divididos,
subtraídos,
e damos sempre
resto
zero.
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