Canção: I - Flebodistimia

Que cor tão sem graça
A das minha veias!
Porque lhe' injectaram
Tão tristes ideias?
Cobrem o meu corpo,
Tecem negras teias
- Tão emaranhadas! -
...De desgosto cheias.

Que cor tão garrida
A do sangue alheio!
E minh'alma ferida
Por golpe tão feio.
Sorte tão sofrida
A que a mim veio!
Sonho a minha vida
Encerrada a meio.

Mas não sei se queria
Ser como os demais...
Há gente mais néscia
Que alguns animais.
Ao me q'rer sumir
Dizem-me: "Onde vais?"
"Não faças asneiras
Pensa nos teus pais!"

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