«Sempre que penso nessa história, recordo-me até que ponto a existência pode ser vazia e fútil quando se baseia numa falsa crença de continuidade e permanência. Sempre que vivemos desse modo tornamos-nos em cadáveres vivos e inconscientes.
É um facto que a maioria de nós vive assim, de acordo com um plano predeterminado. Passamos a juventude a estudar, a seguir arranjamos um emprego, conhecemos alguém, casamos e temos filhos. Compramos uma casa, tentamos ter êxito na nossa profissão e apontamos para sonhos, tal como uma casa no campo ou um segundo carro. Vamos passear com os amigos, fazemos planos para a reforma e os maiores dilemas que alguns de nós terão de enfrentar são para onde ir nas próximas férias ou quem convidar para o Natal. As nossas vidas são monótonas, mesquinhas, repetitivas e desperdiçadas na perseguição do trivial, porque, aparentemente, não conhecemos nada melhor.»

in "Bardo Thodol: O livro Tibetano da Vida e da Morte" 

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